terça-feira, setembro 02, 2008

Retornar...

Em tempos esta palavra teve conotações desagradáveis.
Na escrita dum antropólogo desconcertante, sinuoso, quanto brilhante e incontornável, Mircea Eliade, romeno, francês, americano e tendo estadiado em Portugal, escrevente de O Mito do Eterno Retorno: voltámos, sempre, de onde partimos.

O meu retorno à blogoesfera teve coisas normais, satisfatórias, triviais e outras coisas terminadas...em, mais do mesmo.

De assinalar, a inverdade bondosa do Barbeiro, que tinha anunciado retorno para 1 de Setembro, mas começou a postar a 31 de Agosto...e bem.

A interrupção das intermitências de verão do meu amigo João Tunes, sempre com a mesma qualidade e com uma concisão "postante" que eu saúdo.

A avalanche "postiante" dos Corta Fitas.

O RETORNO (aqui vai de maiúsculas...) do FNV em o Mar Salgado: ele há mesmo pessoas que nos fazem falta.

A maria do sol, em branco no branco, que continua lindo, como sempre, mas com uma escrita mais complexa, com mais temas e com mor atrevimento. Muito bom.

As eleições americanas...continuam a dominar nos blogues. Mas o que domina, neste momento, nos USA, a suplantar mesmo as hecatombes naturais (Gustav, Ana e cia...) é a filha da candidata de Mccain a vice presidente, Sara Palin, governadora do Alaska, hiper conservadora, com apenas 17 anos estar grávida de...

O senador Obama já veio dizer que a vida privada da governadora não faz parte da campanha eleitoral!

A intervenção militar da Federação Russa na Geórgia ainda "arrota" postes na blogooesfera.

Mas ele há um aspecto interessante, que me apetece recordar.

O historiador belga (dos mais importantes des Annales...), Henri Pirenne, autor de clássicos do medievo, escreveu uma história da Bélgica. Quando estava no terceiro volume, onde se tratava da contemporaneidade disse a Marc Bloch, seu amigo, companheiro de jornada cientifica e seu prócere: "Estou a sentir enormes dificuldades em lidar com este período. Está demasiado próximo de mim."

Michelet, o recuperado grande historiador da revolução francesa, e não só, dizia, que "para se escrever sobre o presente é preciso fugir dele, esquecê-lo."

Marc Bloch, esse, dizia que o presente é o passado que nos está mais próximo e, escrever sobre ele, deveria merecer-nos uma muito grande prudência e sabedoria.

Quantos escrevem sobre o presente?! e com que leveza o fazem?!... Bué deles.

E, então, aqueles que escrevem já sobre o futuro?!: um molho deles.

E é isto que domina a nossa blogooesfera...no meu retorno.

José Albergaria

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