quinta-feira, novembro 30, 2006

O teatro do mundo


Hoje, pela tarde velada
uma mulher, velha
foi cremada.


Há pouco, poucochinho,
nasceu um menino.
Os pais, premunidos
nomeram-no "Salvador"!


Desígnios (in)sensatos
carregam os nomes!


O poeta dixit:
-"Morrer é só deixar de ser visto."


Tempestiva exactidão
encerrou o poeta
nesta humana asserção!


A mulher cremada
que se foi
não mais será vista.


O "neno"
o nasciturno
será mostrado
redentor da humana espécie!


E assim figurámos
na morte
e no nascer,
o teatro do mundo
e da Humanidade!


Albergaria

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