segunda-feira, maio 22, 2006

A propósito da "Romã"


Faz dias, participei num belissimo encontro, em que foi vedeta a romã e as suas multiplas simbologias.

Uma delas remete para a fertilidade. Mas, poucos o saberão, na Grécia antiquissima contava-se que Hades, irmão de Zeus, e Deus do reino das sombras raptou Core, a filha de Deméter e de Zeus (que a tinha violado tomando a forma dum touro e de quem teve aquela filha, dita a "jovem", Core). Deméter era a Deusa da fecundidade, da fertilidade e das searas de trigo.Hades levou Core, com ele, para o reino das sombras.

A história é longa, mas a instâncias de Deméter, que, entretanto, em protesto pelo rapto tinha abandonado o Olimpo e mantinha-se na terra, deixando-a seca e estéril.

Ajudada pela deusa Hécate, descobriu o paradeiro da luz dos seus olhos, Core ou, como mais tarde se chamaria - Perséfone.

Zeus propôs uma solução negociada, pois Core, Perséfone, durante a sua estadia no Hades, tinha comido - o que impossibilitava o seu regresso.

Só se podia escapar aos infernos se, durante a estadia, nada se ingerisse. E o que comeu Core? Nem mais: um bago de romã. A romã era o simbolo do casamento e, o facto de ela ter ingerido um bago de romã, significava isso mesmo: encontrava-se ligada ao seu esposo infernal, Hades.

O que se negociou então: Perséfone podia dividir o tempo entre sua mãe e seu marido. Segundo o acordo, Perséfone passava os seis meses, de Março a Setembro, os meses correspondentes à Primavera e ao Verão, com sua mãe Deméter, no Olimpo, cuidando da fertilidade da terra. Os outros seis meses, correspondentes ao Outono e ao Inverno - tornava para junto de Hades, seu infernal esposo.

J. Albergaria

Sem comentários: